Doenças oftalmológicas que podem levar à cegueira representam um sério problema de saúde pública, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Recentemente, uma nova alternativa terapêutica se tornou disponível para pacientes que precisam de tratamentos oculares frequentes.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da molécula faricimabe, desenvolvida pela Roche, para o tratamento de duas doenças que, se não tratadas corretamente, podem levar à perda da visão: a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) na forma úmida e o Edema Macular Diabético (EMD). Essas condições podem afetar a mácula, uma região no fundo do olho responsável pela visão nítida e detalhada.
A aprovação da Anvisa se baseou em estudos de fase 3 publicados no renomado periódico Lancet, nos quais o faricimabe demonstrou eficácia e segurança para ambas as condições. Com essa autorização, o Brasil se junta a um grupo de mais de 50 países que já aprovaram o uso dessa molécula, incluindo os Estados Unidos, o Japão e o Reino Unido.
De acordo com dados do Clarivate Decisions Resources Group, cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil sofrem com essas doenças, enquanto aproximadamente 40 milhões de pessoas são afetadas em todo o mundo. A DMRI úmida e o EMD, quando combinados, representam as principais causas de perda de visão em indivíduos com mais de 55 anos.
O tratamento para essas condições muitas vezes envolve injeções intravítreas, que são administradas diretamente no interior do olho e podem ser necessárias mensalmente. A frequência dessas injeções intravítreas representa um desafio para muitos pacientes. De acordo com pesquisas realizadas no exterior, 54% dos entrevistados relataram sentir ansiedade por mais de dois dias antes de cada aplicação. No Brasil, 40% dos pacientes com DMRI abandonaram o tratamento em algum momento, de acordo com um estudo realizado pela associação Retina Brasil, com o apoio da Roche. As principais razões para a interrupção do tratamento incluem o alto número de injeções, ansiedade, desconforto, dor, irritação, medo das injeções e tempo de espera.
É evidente que a redução da carga desse tipo de tratamento é fundamental para aumentar a adesão dos pacientes e melhorar os resultados. Michelle Fabiani, líder médica da Roche, destaca o compromisso da empresa com a pesquisa clínica no Brasil. Em 2022, a empresa investiu mais de R$ 440 milhões em pesquisa clínica no país, um aumento de mais de 30% em relação a 2021. Esse investimento reforça o comprometimento da Roche em proporcionar soluções inovadoras para pacientes que enfrentam condições oftalmológicas debilitantes.
As doenças oftalmológicas, como a DMRI úmida e o EMD, podem ter consequências devastadoras para a visão. A aprovação do faricimabe pela Anvisa representa uma esperança significativa para esses pacientes, oferecendo uma alternativa de tratamento que reduz a frequência das injeções intravítreas, diminuindo assim a ansiedade e os obstáculos que muitos enfrentam durante o tratamento. Com essa aprovação, o Brasil se alinha a outras nações que reconhecem o valor desse medicamento inovador no combate às doenças oftalmológicas e no aprimoramento da qualidade de vida dos pacientes afetados.
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