Desde o começo da pandemia de Covid-19, pesquisadores têm se dedicado a compreender os variados efeitos no corpo humano decorrentes da infecção pelo coronavírus. Enquanto algumas pessoas experimentam apenas sintomas leves, outras sofrem complicações graves e até mesmo perdem a vida. Mas, afinal, por que a Covid-19 afeta as pessoas de maneira tão diversa?
Uma das principais razões para a gravidade variável da Covid-19 está relacionada às diferenças genéticas entre os indivíduos. Alguns estudos sugerem que certas variações genéticas podem influenciar a resposta imunológica ao vírus, afetando a gravidade dos sintomas. Um recente estudo realizado por pesquisadores da NYU Abu Dhabi explorou a relação entre microRNAs, que são pequenas moléculas de RNA, e a gravidade da Covid-19 em uma amostra de 259 pacientes não vacinados em Abu Dhabi. Os microRNAs são conhecidos por desempenharem um papel crucial na regulação dos genes, influenciando o funcionamento das células.
A pesquisa, liderada pelo professor associado de biologia Youssef Idaghdour, contou com a colaboração de médicos de diversos hospitais na capital dos Emirados Árabes Unidos. O grupo de estudo identificou microRNAs associados a uma resposta imunológica enfraquecida e à necessidade de internação em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Os resultados do estudo revelaram diferenças significativas nos perfis de expressão de microRNAs entre os grupos de pacientes com sintomas leves/moderados e sintomas graves da Covid-19. Os especialistas identificaram alterações presentes em pequenas moléculas durante os estágios iniciais da infecção ligadas a características específicas do sangue e à morte das células imunológicas. Essas mudanças permitem que o vírus escape do sistema imunológico e se espalhe.
Os resultados deste estudo revelam que a composição genética de um paciente influência a função imunológica e a gravidade da doença. Os pesquisadores acreditam que esses dados podem levar a avanços no diagnóstico e prognóstico da doença, permitindo identificar os pacientes com maior risco de desenvolver formas graves e direcionar intervenções terapêuticas adequadas.
Além disso, entender a relação entre os microRNAs e a gravidade da Covid-19 pode abrir caminho para o desenvolvimento de terapias direcionadas. Os microRNAs podem se tornar alvos terapêuticos potenciais para o desenvolvimento de medicamentos que modulam sua expressão ou atividade, visando melhorar os desfechos clínicos em pacientes com casos graves da doença.
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